Cultura 06/03/2014 00:00
Um aluno novo, do sexto ano, fez uma constatação interessante. Logo após expor para a turma, de forma entusiasmada, o sentido do Ensino Religioso para a formação integral do ser humano e para a construção do sentido da vida, o aluno me interrogou: -O senhor deveria ser pastor ou padre -. Imediatamente, sem pensar muito, respondi: "nem padre, nem pastor ou líder religioso, eu prefiro ser professor. Se fosse padre ou pastor, falaria apenas a partir de uma religião. Como professor, posso apresentar e falar de várias religiões, sem comparar e nem desmerecer uma em detrimento de outra".
Que pilha este aluno me deu! Mais entusiasmado, conversei com os alunos sobre o que é e o que não é Ensino Religioso, pois ainda existe muita confusão de pensamentos, ideias e práticas desta disciplina. Conversamos ainda sobre a importância de conhecer as manifestações do sagrado e do Transcendente nas diferentes religiões ou tradições religiosas, com o propósito de respeitá-las.
Como em todos os inícios de ano letivo, descobri, mais uma vez, que vale muito ser professor de Ensino Religioso. O Ensino Religioso, no atual paradigma, cumpre importante papel na formação integral do ser humano, no reconhecimento das dimensões históricas, psicológicas, sociais, culturais e religiosas de cada ser humano e de todo mundo.
Mestres ou religiosos, pensei que devemos nos tornar sempre boas e respeitosas referências de vida e de conhecimento para as diferentes juventudes que estão a desabrochar. Juventudes que perguntam.Juventudes que nos desafiam. Não esqueçamos, ainda, de integrar os diferentes conceitos, habilidades e atitudes que as outras áreas do conhecimento despertam em nossos adolescentes e jovens. Não esqueçamos, também, de integrar às nossas aulas os diferentes saberes que são gerados na comunidade, nas famílias, nas ruas e no cotidiano de todos nós. O Ensino Religioso, como os demais conhecimentos, nem sempre cabem num livro, num caderno ou numa lousa. Os conhecimentos cabem mesmo é em nossas vidas!